MAMADEIRA
Se Kant, gênio dedicado, é difícil de ler,
Imagine eu, tolo desleixado, em nada discreto.
Ele sistemático, às 3 horas se podia ver.
Podia se acertar os ponteiros quando saía de seu teto.
Se escrevo complicado é para estudo de quem crê.
Não somente confissão religiosa, sim para qualquer inquieto.
Insertos com “S” de inseridos no ser
Sentidos incertos, misteriosa planta do Arquiteto.
Se somos engenheiros, pedreiros, mestres dessa Obra.
Meus sonetos são tijolos, cimentos, material de sobra.
São também mamadeiras cheias, aos filhos do Operário.
Cada um vê os sentidos que alcança, projeto pronto e dicas.
Desemaranham o novelo que tu complicas
Ao esbanjar das riquezas do teu salário.
(Diêgo Melo Oliveira, Junho 2016)